San Francisco (AE) - Vítima de câncer, morreu ontem, aos 56 anos, Steve Paul Jobs, cofundador da Apple, uma das empresa de teconologia mais valiosas do mundo. Ele havia renunciado à presidência em agosto, após 14 anos no comando. "Estamos profundamente entristecidos com o anúncio de que Steve Jobs morreu", informou a empresa, em um pequeno comunicado. "O brilho, paixão e energia de Steve são fontes de inúmeras inovações que enriqueceram e melhoraram todas as nossas vidas. O mundo é imensuravelmente melhor por causa de Steve."
Steve Jobs na apresentação do Iphone: volta por cima depois de ter sido afastado da Apple
Jobs foi responsável por lançamentos de equipamentos que mudaram o mundo, como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Ele sofreu por anos de uma forma rara de câncer pancreático e passou por um transplante de fígado. Este ano, Jobs apareceu publicamente em março, para lançar o iPad 2, no lançamento do iCloud, em junho, e também esteve presente em um jantar organizado pelo presidente Barack Obama. Nessas ocasiões, o fundador da Apple, sempre vestido com seu jeans e a camiseta de gola alta preta, estava bem mais magro, apesar de apresentar enorme disposição, sem deixar transparecer algum problema.
Em 2004, Jobs foi submetido a uma cirurgia para tratamento de câncer no pâncreas. Cinco anos mais tarde, precisou realizar um transplante de fígado. Os dois procedimentos são complicadíssimos e de elevado risco para a vida do paciente.
O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, lembrou ontem que o cofundador da Apple viveu o "California Dream" (Sonho Californiano, ou uma expressão que se traduz em motivação para ganhar dinheiro em uma terra nova). O astro de "O Exterminador do Futuro" (The Terminator) trabalhou com Jobs em outubro de 2010, quando era governador do Estado mais rico dos EUA e juntos fizeram campanha para a aprovação de uma lei que permitisse que mais pessoas se tornassem doadoras de órgãos. "Steve viveu o 'California Dream' todos os dias da sua vida. Ele mudou o mundo e inspirou a todos nós", escreveu Schwarzenegger no Twitter.
Steve Jobs foi descrito como uma pessoa cuja influência foi além dos produtos e definiu uma cultura, pelo executivo principal da Disney, Bob Iger, em comunicado à imprensa. Jobs fazia parte do conselho da empresa de entretenimento. "Steve Jobs foi grande amigo e conselheiro confiável. Seu legado se estenderá além dos produtos que criou ou do negócio que construiu. Serão as milhões de pessoas que ele inspirou, as vidas que ele mudou e a cultura que ele definiu. Steve foi um verdadeiro 'original', com uma perfeição criativa, uma mente imaginativa que definiu uma era. Apesar de tudo o que conquistou, parecia que ele tinha apenas começado.Com seu falecimento, o mundo perdeu um homem raro, a Disney perdeu um integrante de sua família e eu perdi um grande amigo. Nossos pensamentos e orações estão com sua esposa Laurene e seus filhos durante esse momento difícil", informou a Disney em nota oficial.
"O mundo raramente vê alguém que tenha tido um impacto tão profundo quanto o de Steve, cujos efeitos ainda serão sentidos por muitas gerações por vir", declarou Bill Gates, o concorrente da Microsoft.
Empresário trouxe cores para o mundo digital
São Paulo (AE) - No mundo árido da informática, o empresário Steve Jobs deu cores e beleza aos computadores. Co-fundador da Apple Computer Inc. e do estúdio Pixar, mais tarde comprado pela Disney, Steve Jobs trabalhou na ponta da inovação desde a era do Macintosh, o computador da Apple que na década de 1980 trazia um ambiente bem mais amigável para o usuário que os sistemas operacionais DOS e Windows 3.1 da rival Microsoft, bem como os computadores pessoais de cor bege - as máquinas da Apple eram coloridas.
Nascido em 24 de fevereiro de 1955, em San Francisco (EUA), e criado por pais adotivos, Steve Paul Jobs chegou à fama e ao sucesso empresarial em 1984 quando ajudou a criar e lançar o Macintosh - um computador pessoal com interface agradável e diferente do que havia até então, além de um sistema operacional palatável ao consumidor. O começo da década de 1980 marcou, nos Estados Unidos, o advento do computador pessoal e o início da difusão em larga escala da internet. O Macintosh era um computador que tinha mais recursos gráficos e por isso caiu no gosto dos consumidores.
Em 1985, Jobs foi afastado temporariamente da Apple pelo conselho de administração após brigas internas. Ele fundou outra empresa de informática, a NeXT, e em 1986 comprou da Lucasfilm os estúdios de computação gráfica Pixar, que então começaram sua trajetória de usar recursos digitais nos desenhos animados. Voltou voltou à Apple em 1997, após a empresa, então à beira da falência, ter comprado a NeXT. Ele foi trazido como consultor e conseguiu salvar a Apple com o sistema operacional Mac OS, que unia a estabilidade dos sistemas operacionais Unix à plataforma Macintosh.
Mas Jobs inovou não apenas com computadores e desenhos animados: desenvolveu um sistema, o iTunes, que permitiu aos consumidores escutarem músicas em aparelhos portáteis, entre eles o iPod, lançado em 2001 pela Apple. Em 2000, a Apple tinha valor de mercado de US$ 5 bilhões. Em 2009, o valor de mercado da corporação era de US$ 170 bilhões, de acordo com a revista Fortune.
Em 2008, os problemas de saúde vieram à tona. O empresário visivelmente perdia peso e isso ficou claro quando dava suas populares palestras. Com os rumores persistentes sobre que doença o empresário sofria, Jobs publicou uma carta à comunidade da Apple, explicando que pela primeira vez "em uma década" passava o feriado do Natal e Ano Novo junto à esposa e aos quatro filhos. Jobs disse que sofria de um descontrole hormonal, que roubava as proteínas do seu corpo. Mas tinha câncer de pâncreas.
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